Translate

quarta-feira, 16 de novembro de 2016

Três vultos de Withlock



O conto abaixo foi escrito há algum tempo pela aluna Fernanda Veríssimo dos Santos (atualmente faz parte do 1ºE)...


         Na Grand Central Station, no ano de 1871, uma mulher um tanto jovem caminhava com seu vestido longo. Seus sapatos faziam ruído que chamava a atenção por onde quer que passasse. A cada passo estava mais próxima ao trem que a levaria para o norte, onde iria trabalhar na mansão Withlock para cuidar da sobrinha deficiente mental de um famoso empresário. 
“Ele nem ao menos perguntou se eu tinha alguma experiência”, pensou, “devia realmente estar desesperado por uma babá”. “Ele comentou que a última saiu às pressas sem dar motivo ou explicação”.
Chegando ao seu destino, viu que a mansão era cercada por uma grande e densa floresta de pinheiros negros como ébano. Havia uma neblina sinuosa no local, que impossibilitava a visão.
Seguiu a trilha por um lago escuro e sem vida. Mais a frente havia um labirinto de arbustos secos, que um dia poderiam ter feito Jane se perder. Chegando à porta de Withlock, Srta. Carlisle bateu.
Uma senhora magra, cheia de rugas e olheiras profundas - demonstrando que o tempo e o cansaço haviam deixado sua marca – atendeu. A velha não havia revelado muito sobre sua história, apenas mostrou o local e a deixou com Melissa, a esquizofrênica paranoica da família.
Todo dia no final da tarde, a babá levava Melissa para passear no píer do lago e ela brincava com uma boneca. “Por que diabos essa menina quer brincar com uma boneca no meio da neblina?” A babá avistou três figuras que a observavam e elas estavam encobertas pela neblina.
Mais tarde, uma vizinha revelou que uma tragédia havia ocorrido naquela casa e que Melissa havia presenciado tudo: um triângulo amoroso entre duas camareiras e o mordomo.
De início, a babá ignorou o que viu e continuou trabalhando, até que viu vultos se movimentando feito algas nas paredes. Eles não paravam de atormentá-la naqueles seis meses.
Procurou saber mais e descobriu que uma das camareiras matou o mordomo, pois sofria de um amor platônico por ele e desapareceu. Já a outra que era amada e era correspondida se matou pelo desgosto de ter perdido seu grande amor.

- Ela havia dado de presente uma boneca para a pequena Melissa antes de se matar; disse a velha.

       A babá resolveu se livrar da boneca e a jogou do píer no lago. 
Olhou pela neblina e viu o mordomo, uma camareira e uma face sombria... 

Nenhum comentário:

Postar um comentário